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segunda-feira, 27 de junho de 2005

Domamos o aluno ou o aluno domina a escrita?


Maria Inês Barreto Netto

Qual a força e o poder dos pensamentos e das palavras? O que podemos fazer com eles!? Podemos sonhar, viajar, criar, aprender... e des-aprender? Quem pode? Podem uns, outros não, dizem-nos as sutilezas do sistema social e político.

Escrevemos com vinte e seis letras. São vinte e seis letras? E as maiúsculas de imprensa, as script, as góticas, as de tipos misturados... as cursivas. Vinte e seis, assim, em outro contexto e sentido, quantas são? Como outros sistemas de escrita, o sistema alfabético é o produto do esforço coletivo para representar o que se quer simbolizar – a linguagem. Como toda representação, baseia-se em uma construção mental que cria suas próprias regras. Sabemos, desde Luquet, que desenhar não é reproduzir o que se vê, mas sim o que se sabe. Se este princípio é verdadeiro para o desenho, com mais razão o é para a escrita, afirma Emília Ferreiro. E Monique Deheinzelin completa: é necessário que a escola assuma o papel que lhe cabe como mediadora‚ do contato das crianças com a Língua Portuguesa.”

Quando a criança está freqüentando uma sala de alfabetização, por exemplo, está cercada por diversos portadores de texto, como moradora de uma cidade. Antes de iniciarmos (nós iniciamos?) a alfabetização na sala, verificamos os conhecimentos de nossos alunos sobre a forma de grafar as letras para, então, elaborarmos um plano de trabalho? Ou seja, pesquisamos quais as chances que nossos alunos tiveram de presenciar atos de leitura e de escrita – com jornais, revistas e livros, escrita e recebimento de correspondência, de lista de compras, de bilhetes etc. – antes de ingressarem numa classe de alfabetização?

Por certo, o acesso da criança à quantidade de informações é delimitado pelas características da classe social à qual pertence. Tal fato já determina a injusta desigualdade nas situações de aprendizagem. Por que, então, a escola vai punir e sacrificar mais ainda aquelas que tiveram pouco, desprezando o conhecimento que têm? Ou ela ainda acredita que não é conhecimento?

Sabemos, hoje assim, que a alfabetização de uma criança começa independentemente da escola. O aluno da classe de alfabetização ainda vai escrever‚ alfabeticamente, ainda vai dominar o sistema representativo de escrita formado com as vinte e seis letras, mesmo naquela escola que não pratica a psicogênese da alfabetização.

Ao lado dos aspectos conceituais da escrita existem os figurativos. Onde começa e onde termina uma letra na escrita cursiva? De acordo com o dicionário, “cursivo é forma de letra manuscrita, miúda e ligeira; adj. que a pena faz correndo‚ pelo papel, letra cursiva; escrita cursiva; ligeiro, executado sem esforço.” Como, então, exigir que uma criança escreva cursivamente, e somente assim, já no início desse processo dentro da escola?

Alfabetizar é ensinar a ler e escrever. Ler as diversas formas usadas para grafar. Escrever, não. Escrever... apenas com letra cursiva?

domingo, 26 de junho de 2005

Incoerência entre formação e prática


Penso muito nessa questão. Evidências apontadas por alguns trabalhos de pesquisa e pelo cotidiano de algumas escolas mostram que a estrutura pedagógica e administrativa tem importante papel nessa situação.

A ausência de espaço e tempo de estudo e planejamento das atividades, bem como de orientação formativa por parte das coordenações pedagógicas nas unidades de ensino, contribui enormemente para essa dissociação entre formação e prática.

Entre a produção de conhecimentos sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantis e a prática na sala de aula há o espaço muito mal preenchido da produção do conhecimento, digamos, pedagógico.

Ou seja, sabe-se a teoria, tem-se o conhecimento teórico, mas para usá-lo no cotidiano da sala de aula é preciso que outro conhecimento seja produzido, construído.

Penso que presenciei um exemplo disso outro dia. Uma coordenadora contava e mostrava a seguinte atividade: uma lista de palavras numa coluna e, na outra, as crianças marcavam quantas vezes abriam a boca para pronunciar cada palavra.

Estréia


Testando as possibilidades.